O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar a política econômica do governo Lula (PT), desta vez em razão do recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em publicação feita neste sábado (14) na rede X (antigo Twitter), Bolsonaro afirmou que a medida rompe o compromisso de redução de impostos e atinge diretamente a população mais vulnerável.
“Rompe o compromisso de redução de impostos e penaliza os mais pobres”, escreveu o ex-presidente.
A crítica ocorre após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, editar um decreto que elevava as alíquotas do IOF em operações de câmbio, como uso de cartão de crédito internacional, transferências ao exterior e investimentos. A repercussão negativa levou o governo a recuar parcialmente, mantendo, no entanto, o aumento em diversas modalidades.
Contraste com a gestão anterior
Bolsonaro destacou que, ao contrário do governo atual, sua gestão adotou medidas para reduzir a carga tributária. Um dos exemplos foi o decreto que estabelecia a extinção gradual do IOF até 2028, com o objetivo de alinhar o Brasil às práticas da OCDE e tornar o sistema mais transparente e favorável ao investimento.
Para o ex-presidente, a reversão do cronograma representa um retrocesso e impacta negativamente trabalhadores, microempreendedores e a classe média, que dependem do crédito para consumo e atividade produtiva.
Efeitos sobre a economia real
O aumento do IOF encarece empréstimos, financiamentos e o uso do cartão de crédito, dificultando ainda mais o acesso ao crédito por parte da população. Também afeta o câmbio e pressiona os preços, com possíveis reflexos na inflação e no custo de produtos básicos como combustíveis, eletrônicos e alimentos.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também criticou a medida:
“O governo Lula, em vez de cortar gastos e rever privilégios, prefere seguir a velha cartilha da esquerda: aumentar impostos e penalizar quem produz e quem trabalha.”
Recuo parcial não evita desgaste
Diante da pressão, o governo retirou parte das operações do alcance da nova alíquota, como algumas transferências pessoais e fundos, mas manteve a cobrança para empresas e operações com cartão internacional. A decisão aumentou o desgaste político, principalmente após Lula ter afirmado que “não haveria aumento de impostos para o povo”.
Defesa do contribuinte como bandeira
Com a repercussão, Bolsonaro reforçou seu compromisso com o alívio tributário e a liberdade econômica.
“Nossa missão sempre foi clara: menos impostos, mais liberdade e respeito ao dinheiro do povo”, declarou.
O episódio reacende o debate sobre o peso da carga tributária no Brasil e evidencia o contraste entre os modelos econômicos defendidos por Lula e Bolsonaro. Enquanto o governo petista busca alternativas para equilibrar as contas públicas, críticos argumentam que a escolha por elevar impostos fragiliza ainda mais a base econômica e aumenta a insatisfação popular.