Câmara impõe nova derrota a Lula e aprova Projeto Antifacção

Plenário aprova, por ampla margem, um dos textos mais duros já votados contra facções criminosas

Em mais um revés para o governo *Luiz Inácio Lula da Silva, a *Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (19), o Projeto de Lei Antifacção, considerado por parlamentares e especialistas em segurança pública como o mais rígido pacote legislativo já elaborado no país para enfrentamento ao crime organizado.

O texto passou com 370 votos favoráveis e 110 contrários, apesar da tentativa do Palácio do Planalto de adiar a análise. A derrota escancarou a fragilidade da articulação política do governo e a falta de coesão dentro da própria base.

Definição formal de facção criminosa e penas mais severas

O projeto cria pela primeira vez na legislação brasileira a definição jurídica de facção criminosa, permitindo enquadramentos mais objetivos de integrantes, financiadores e lideranças. As penas previstas são elevadas:

  • 8 a 15 anos para participação em facções;
  • até 30 anos para homicídios cometidos sob ordem das organizações, classificados como crimes hediondos;
  • 20 a 40 anos para ataques praticados por facções ultraviolentas, como ações do chamado “novo cangaço”.

A estratégia busca desarticular estruturas de comando, impedir expansão territorial e reduzir a capacidade ofensiva dessas organizações.

Enfrentamento ao “novo cangaço” e ao domínio territorial

O texto também tipifica práticas que se tornaram comuns nos últimos anos, como:

  • ataques com explosivos, drones e armamento pesado;
  • ocupação territorial de comunidades por facções;
  • ações coordenadas em cidades, típicas do “novo cangaço”.

Um dos pontos centrais é a obrigatoriedade de presídios federais de segurança máxima para líderes faccionados, evitando que continuem a comandar crimes a partir de cadeias estaduais.

Medidas de inteligência, infiltração e descapitalização

O projeto amplia o arsenal de ferramentas de investigação e combate financeiro ao crime organizado. Entre elas:

  • monitoramento audiovisual de parlatórios, inclusive com advogados em situações excepcionais;
  • confisco e alienação antecipada de bens, veículos e criptoativos;
  • intervenção judicial em empresas suspeitas de lavagem de dinheiro;
  • suspensão de contratos públicos de entidades ligadas ao crime;
  • acesso judicial a dados de localização e registros de conexão;
  • autorização expressa para infiltração de agentes em estruturas faccionadas.

Deputados classificaram o pacote como o mais abrangente já aprovado pelo Congresso contra a infraestrutura econômica das organizações criminosas.

Regras mais rígidas para progressão de pena

O texto endurece significativamente os benefícios penais. Integrantes de facções deverão cumprir:

  • 70%, 75%, 80% ou 85% da pena, dependendo da função exercida e da gravidade do delito.

A medida reduz drasticamente a possibilidade de progressões rápidas, saídas temporárias e outros benefícios.

Criação do Banco Nacional de Informações de Facções

A proposta cria ainda um banco nacional de dados, reunindo informações de todas as unidades da federação sobre:

  • integrantes,
  • estruturas financeiras,
  • territórios dominados,
  • operações em andamento.

A ferramenta deve integrar polícias, Ministério Público e Judiciário, ampliando o compartilhamento de inteligência.

Derrota expõe fragilidade da articulação política de Lula

O governo tentou adiar a votação, mas não conseguiu nem mesmo organizar a própria base para segurar o projeto. A vitória expressiva da Câmara reforça o protagonismo do Parlamento no tema da segurança pública e evidencia desgaste entre Executivo e Legislativo.

Para lideranças da Casa, a aprovação simboliza uma resposta institucional à escalada da violência e ao avanço das facções no território nacional.

“Fim da era da permissividade”, dizem parlamentares

A construção do texto contou com apoio de diversos partidos e diálogo com forças policiais. Deputados afirmam que o projeto marca uma mudança de postura do Estado brasileiro:

“A era da leniência com facções está chegando ao fim.”

O Projeto Antifacção segue agora para o Senado Federal, onde deve avançar rapidamente diante da pressão popular por medidas mais duras contra o crime organizado.:

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