Eleitorado de baixa renda se afasta de Lula e fortalece a direita, aponta pesquisa

O cenário político brasileiro passa por uma mudança significativa: os eleitores mais pobres, historicamente ligados ao PT, estão migrando para nomes da direita. A tendência é confirmada por dados da pesquisa Genial/Quaest, divulgada por O Globo, que apontam queda na preferência por Lula e crescimento de diversos pré-candidatos conservadores entre brasileiros com renda de até dois salários mínimos.

Queda de Lula entre os mais pobres

A rejeição ao governo e o desgaste da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avançam justamente entre a parcela da população que antes formava sua principal base de apoio. Entre março e maio de 2025, Lula perdeu espaço em todos os cenários de segundo turno testados pela pesquisa.

Um dos exemplos mais emblemáticos está na comparação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Entre eleitores de baixa renda, Lula caiu de 52% para 49%, enquanto Tarcísio subiu de 27% para 29%, reduzindo a vantagem do petista de 25 para 20 pontos.

A popularidade de Tarcísio cresceu após o lançamento do programa SuperAçãoSP, que promete tirar 35 mil famílias da pobreza com iniciativas voltadas à autonomia e geração de renda.

“O mais importante é a fé, a crença de que é possível superar a pobreza”, declarou o governador, em contraste com o modelo assistencialista do governo federal.

Bolsonaro ainda é referência entre os mais humildes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue como principal nome entre os eleitores conservadores — inclusive na base mais pobre da população. Sua retórica contra a corrupção, defesa da segurança e valorização de princípios tradicionais mantém seu capital político firme.

Michelle Bolsonaro, por sua vez, ganha cada vez mais força, especialmente entre mulheres de baixa renda. Em simulações de segundo turno, já aparece tecnicamente empatada com Lula. Enquanto o petista recua três pontos, Michelle avança dois, reforçando seu potencial como nome competitivo para 2026.

Nomes da direita sobem entre os mais pobres

Outros políticos ligados à direita também apresentaram crescimento expressivo:

  • Ratinho Júnior (PSD): subiu de 27% para 30%
  • Romeu Zema (Novo): de 23% para 24%
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): de 22% para 26%

Esse avanço se dá num contexto de desgaste crescente do governo Lula, marcado por escândalos de gastos, aumento de impostos — como o novo IOF — e promessas não cumpridas. A comparação entre a entrega concreta dos governos estaduais e a retórica ideológica do Planalto tem influenciado a mudança de percepção popular.

Evangélicos de baixa renda fortalecem a mudança

O apoio à direita também cresce entre os evangélicos mais pobres — grupo que representa cerca de 27% da população, segundo o Censo 2022. Líderes religiosos como Silas Malafaia e Edir Macedo continuam exercendo forte influência, consolidando um eleitorado conservador resistente aos discursos progressistas.

Especialistas apontam desgaste e frustração

O cientista político Paulo Baía, da UFRJ, analisa o fenômeno como resultado de um acúmulo de frustrações:

“A percepção de estagnação, a frustração popular e o descontrole administrativo atingiram diretamente a confiança da população. O governo insiste em velhas fórmulas, o que consolida um ciclo de desgaste.”

Em resposta à queda de apoio, o governo Lula tem anunciado novos programas, como subsídios para gás de cozinha, reformas habitacionais e até financiamento de motocicletas. Porém, essas medidas têm sido vistas como paliativas e desconectadas da realidade econômica.

Um novo rumo político

A pesquisa evidencia um Brasil em transformação. Eleitores que antes enxergavam no PT uma esperança agora buscam liberdade, segurança e oportunidade — valores com os quais a direita tem se identificado.

O campo está aberto para uma mudança em 2026. Lula, cada vez mais distante das classes populares, enfrenta um eleitorado que exige menos discurso e mais resultados. E nomes como Bolsonaro, Tarcísio, Michelle e outros surgem como alternativas reais para quem quer dignidade e um novo caminho.

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