O Ministério da Saúde novamente incorpora a “Ideologia de Gênero” em seu vídeo sobre o programa “Dignidade Menstrual”. Nos materiais divulgados, ao invés de referir-se a “mulheres”, os beneficiados são tratados genericamente como “pessoas”. Esta prática reacende a polêmica iniciada no dia 18 deste mês, quando a pasta liderada pela socióloga Nísia Trindade referiu-se às mães como “pessoas que menstruam”. Após reportagens no “O Antagonista”, o ministério passou a enfatizar a palavra “mães”. Para os defensores da visão radical ideológica da cultura “woke”, mulheres biológicas transsexuais, que se identificam como homens, devem ser tratadas como homens, e a mera suposição de que apenas mulheres menstruam seria considerada “transfobia”. Ao adotar esse discurso em textos oficiais, o governo federal levanta questionamentos sobre como está seguindo o princípio da impessoalidade na administração pública. O Artigo 37 da Constituição Federal estabelece que a administração pública direta e indireta deve seguir os seguintes princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
A MATRIA, associação que representa “mulheres, mães e trabalhadoras”, manifestou repúdio ao uso do termo “pessoa que pariu” pelo Ministério da Saúde. A entidade considera essa expressão um retrocesso na representação da identidade feminina e uma “desumanização” das mulheres biológicas. Para a associação, essa abordagem acaba desumanizando e desvalorizando a experiência única das mulheres biológicas, especialmente no que diz respeito à maternidade.
Segundo a Nota de Repúdio da MATRIA: “Em 14/01/2024, o Ministério da Saúde mais uma vez publicou em suas redes sociais um comunicado direcionado a mulheres no qual se refere a nós com termos extremamente desumanizantes, como ‘pessoa que gesta’ e ‘pessoa que pariu’.
Percebemos que há uma adesão total do Governo atual a uma ‘cultura woke’ que privilegia demandas masculinas e desumaniza mulheres: não somos mais consideradas seres humanos do sexo feminino, mas sim uma ‘identidade’, uma ‘performance’, um conjunto de ‘estereótipos’ ou ‘intervenções estéticas’ que poderiam ser adotados por qualquer um. Para que essa ideologia se sustente, é preciso dissociar a palavra mulher de tudo que é exclusivo ao sexo feminino, como menstruar, gestar, parir ou amamentar, ou restaria claro que nenhuma pessoa do sexo masculino pode reivindicar para a si a nomenclatura ‘mulher’.
E assim o Governo nos faz regredir, em pleno século XXI, ao status contra o qual lutamos há milênios: o de sermos vistas apenas como um corpo desprovido de cidadania, um ‘corpo que pare’, uma ‘pessoa com útero’, ‘que menstrua’, ‘com vagina’ ou qualquer outro termo desumanizante como os que o Governo vem adotando por meio de seus órgãos oficiais, sob o manto de um suposto progressismo.”
Foto: Divulgação
Fontes: https://terrabrasilnoticias.com/2024/01/governo-lula-chama-mulheres-de-pessoas-que-menstruam/
https://oantagonista.com.br/brasil/para-min-da-saude-sao-pessoas-que-menstruam/