O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a ascensão da direita no cenário global e alertou para os riscos que isso representa para a democracia. Durante uma coletiva de imprensa convocada às pressas nesta quinta-feira (30), no Palácio do Planalto, Lula enfatizou que a democracia pode ser “a grande derrotada” caso esse movimento continue avançando.
Críticas à direita e às fake news
Sem citar diretamente o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula afirmou que “não é possível o que está acontecendo no mundo com a democracia” e destacou que “se permitirmos o crescimento da extrema direita, a vitória das fake news e a mentira prevalecendo sobre a verdade, a democracia será a grande derrotada”.
O evento marcou a primeira grande aparição do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, e reforçou a intenção do governo de fortalecer sua comunicação com a imprensa. Lula afirmou que concederá mais entrevistas coletivas e viajará pelo Brasil para “derrotar definitivamente a mentira neste país”.
2025: ‘Ano da colheita’ para o governo
O presidente voltou a afirmar que 2025 será o ano mais importante de seu terceiro mandato, classificando-o como “o ano da colheita” dos projetos iniciados até agora.
“Este ano eu vou me dedicar muito, percorrer o país e conversar com a sociedade brasileira”, declarou.
Ele também ressaltou que “quem quiser derrotar a política do meu governo, vai ter que aprender a fazer luta de rua”, em vez de se limitar ao ambiente digital.
Reformas e disputa eleitoral de 2026
Lula aproveitou a coletiva para rebater declarações de Gilberto Kassab, presidente do PSD, que afirmou que o PT perderia se a eleição presidencial fosse hoje.
“Fui olhar no calendário e percebi que a eleição será só daqui a dois anos”, ironizou o presidente, reforçando que não vê necessidade de antecipar o debate eleitoral.
O petista também comentou sobre a reforma ministerial e elogiou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, dizendo que ela “tem competência para ser ministra em qualquer país do mundo”. Além disso, anunciou que exonerará temporariamente alguns ministros para que possam participar da votação nas eleições das mesas diretoras da Câmara e do Senado.
Por fim, Lula fez questão de ironizar a imprensa presente, afirmando que “poderia ter sido mais pressionado” pelos jornalistas durante a coletiva.