Na polêmica envolvendo a Petrobras, a discussão ultrapassa a distribuição de dividendos extraordinários. Em questão está a crescente percepção de intervenção, revivendo ideias intervencionistas do governo.
Como uma empresa de capital aberto, a Petrobras possui acionistas privados e regras de governança que a protegem de interferências do acionista controlador, neste caso, o governo. A divisão no conselho reflete essa tensão: enquanto os conselheiros do setor privado apoiam a distribuição de dividendos, os associados ao governo votam contra.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, favorável à distribuição, se reúne com o presidente Lula, evidenciando os conflitos internos. Além disso, há uma tentativa de intervenção até mesmo em empresas já privatizadas, como a tentativa de retomar refinarias e distribuidoras.
A retomada de investimentos em empreendimentos anteriormente deficitários, como a refinaria Abreu e Lima, também levanta preocupações. No final do período do PT no governo, a Petrobras enfrentava prejuízos e uma alta dívida, sendo recuperada na gestão de Pedro Parente.
Esses indícios de instabilidade e dissensões internas alimentam preocupações entre os investidores. A divergência entre o presidente da Petrobras e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é evidente, assim como a insatisfação do mercado e do Ministério da Fazenda com a decisão de não distribuir dividendos, o que afetaria a composição das contas públicas.
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Fontes: https://tribunadopoder.com.br/financas/desavencas-na-petrobras-guerra-de-ideologias-ameaca-a-estabilidade-economica/ https://oantagonista.com.br/brasil/crise-na-petrobras-coloca-jean-paul-prates-na-mira-de-lula/ https://www.poder360.com.br/governo/lula-desautoriza-jean-paul-prates-sobre-dividendos/