A oposição na Câmara dos Deputados protocolou oficialmente, nesta terça-feira (29), o requerimento para a criação da *Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fraudes do INSS, após alcançar o número mínimo de **171 assinaturas. A iniciativa é uma reação direta ao escândalo de descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas, revelado em operação conjunta da *Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).
O requerimento, liderado pelo deputado *Coronel Chrisóstomo (PL-RO), visa investigar irregularidades em convênios firmados entre o INSS e sindicatos que autorizaram cobranças mensais diretamente dos proventos dos beneficiários, sem consentimento. O prejuízo estimado pode chegar a *R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Um dos principais alvos da CPI é o *Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem como vice-presidente **Frei Chico, irmão do presidente **Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo investigações, só em 2024 o sindicato recebeu **R$ 77 milhões, e seu faturamento cresceu *564% em quatro anos.
O requerimento da CPI argumenta que as cobranças ocorreram com falsificação de assinaturas e promessas de benefícios como assistência funerária e consultas médicas, sem contrato formal ou anuência dos beneficiários. A comissão deve contar com 27 membros titulares e igual número de suplentes, com prazo inicial de 120 dias para apuração.
O então presidente do INSS, *Alessandro Stefanutto, pediu exoneração após se tornar alvo da *Operação Sem Desconto. Seis outros servidores também foram afastados.
Durante audiência na Câmara, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, afirmou que fraudes semelhantes ocorreram em governos anteriores e prometeu investigar os responsáveis. A fala, porém, foi vista como evasiva por parlamentares da oposição.
Agora, a instalação da CPI depende da decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ainda não autorizou a criação de nenhuma CPI desde que assumiu o comando da Casa. A oposição pressiona pela instalação imediata, alegando que o escândalo revela aparelhamento estatal e abuso contra aposentados.
O requerimento foi assinado por mais de *170 deputados federais, entre eles *Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Bia Kicis, Ricardo Salles, Marcel van Hattem, Kim Kataguiri, Sóstenes Cavalcante, Otoni de Paula, e muitos outros, representando diversos partidos de direita e centro-direita.