Um levantamento exclusivo do jornal Estadão, intitulado “Placar da Anistia”, revela que mais de um terço dos 513 parlamentares da Câmara dos Deputados — ao menos 190 — apoia o perdão aos patriotas presos pelos protestos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o movimento pela anistia ganha força e já assegura votos suficientes para que o projeto de lei seja colocado em regime de urgência no plenário da Casa. Com apenas 67 votos a menos para alcançar a maioria absoluta, a proposta demonstra respaldo à luta contra o que seus apoiadores chamam de perseguição política.
Segundo o Estadão, dos 420 deputados entrevistados (82% da Casa), 190 se declararam a favor da anistia, 126 foram contra e 104 preferiram não responder. Esse número já supera o necessário para garantir a urgência do projeto.
Para que o texto seja votado, basta a presença de 257 deputados em plenário, com aprovação por maioria simples. O projeto de lei 2.858/2022, de autoria do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), é o mais avançado no Legislativo sobre o tema. Além de propor o perdão aos presos do 8 de janeiro, a proposta pode beneficiar Bolsonaro, abrangendo atos antes e depois da data.
Desde 2024, Bolsonaro se destaca como o principal articulador da anistia. Os protestos de 8 de janeiro resultaram na detenção de 1.430 pessoas. Desses, 371 foram condenados a penas de até 17,5 anos, e mais de 520 fecharam acordos com multas e cursos sobre “democracia”. Hoje, mais de 150 continuam presos.
Bolsonaro declarou que esses patriotas são vítimas de um sistema injusto. A liderança do ex-presidente na defesa da anistia é vista por seus aliados como um ato de coragem política, em contraste com a postura do atual governo.
A gestão petista, segundo críticos, tenta usar os presos como distração para problemas como inflação e desemprego. O avanço da proposta de anistia representa não só uma possível libertação dos manifestantes, mas também o fortalecimento de Bolsonaro como liderança política de oposição.