O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um cenário de crescente desgaste popular, segundo a mais recente pesquisa do instituto Ipsos-Ipec divulgada na quinta-feira (12). O levantamento mostra que 55% dos brasileiros desaprovam o atual governo, refletindo a insatisfação com a condução econômica e política da gestão petista.
A aprovação do presidente caiu para 39%, uma leve retração em relação aos 40% registrados em março. Já 6% dos entrevistados disseram não saber ou preferiram não responder.
Avaliação do governo
Quando questionados sobre a avaliação direta da gestão Lula, os números também são desfavoráveis:
- Ruim ou péssimo: 43% (subida de 2 pontos em relação a março);
- Regular: 29%;
- Ótimo ou bom: 25%;
- Não sabe/não respondeu: 2%.
A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 5 e 9 de junho, em 132 municípios, com margem de erro de 2 pontos percentuais.
Fatores de desgaste
Os índices refletem o descontentamento da população com temas como:
- Estagnação econômica e baixo crescimento;
- Desemprego persistente, sobretudo entre jovens e população de baixa renda;
- Inflação nos alimentos e perda do poder de compra;
- Escândalos em ministérios e suspeitas de uso político da máquina pública;
- Insegurança jurídica e críticas à liberdade de expressão.
O governo tem buscado reverter a imagem negativa com discursos e programas sociais, mas a percepção nas ruas e nas redes indica um crescente sentimento de frustração com os resultados práticos da administração federal.
Comparações com o governo anterior
A pesquisa reacende comparações com o governo de Jair Bolsonaro (PL), cujos defensores destacam avanços como controle inflacionário durante a pandemia, juros mais baixos, geração de empregos formais e firmeza no combate à corrupção. Para setores da sociedade, o governo anterior demonstrava mais alinhamento com a pauta econômica liberal, com menor aparelhamento político e mais foco na produtividade e na segurança jurídica.
Sentimento de mudança
O resultado da pesquisa reforça o diagnóstico de que o atual governo enfrenta dificuldades para reconquistar a confiança do eleitorado. Com a proximidade das eleições municipais e o horizonte de 2026 se aproximando, cresce a pressão por mudanças de rumo e maior responsabilidade na gestão pública.
A desaprovação alta registrada pelo Ipsos-Ipec serve como alerta ao Planalto: a paciência do eleitor parece cada vez mais curta diante de promessas não cumpridas e uma realidade econômica desafiadora.