Reconhecimento à líder opositora reaviva embate entre EUA e Caracas
A concessão do Prêmio Nobel da Paz de 2025 à *María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, reacendeu o foco internacional sobre a crise democrática na Venezuela e fortaleceu a postura de *Donald Trump contra o regime de Nicolás Maduro. O reconhecimento foi atribuído “por sua incansável defesa dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta por uma transição pacífica à democracia”.
A reação dos EUA e ações militares no Caribe
Em paralelo ao anúncio, os Estados Unidos intensificaram ações navais no Caribe, com operações contra embarcações acusadas de tráfico ligadas à Venezuela ou a cartéis. Em 3 de outubro, um drone norte-americano teria destruído uma lancha em águas do Caribe, resultando na morte de quatro tripulantes — episódio descrito como parte de uma escalada das operações antinarcóticos.
Trump celebrou os resultados, afirmando que “não há mais barcos no mar” e que sua estratégia de “explodir terroristas dos cartéis” estaria dando certo.
Além disso, sob a nova ofensiva, não se descartam operações terrestres complementares com o objetivo de pressionar diretamente o regime venezuelano militar e logisticamente.
Maduro acusa, revida e tenta reagir
O regime chavista reagiu com retórica dura. Durante as celebrações da “Resistência Indígena”, Maduro evitou mencionar diretamente o Nobel concedido a Machado, mas atacou a oposição, acusando-a de ser impopular e depreciando sua legitimidade. Ele chamou Machado de “bruja demoníaca” e afirmou que “a paz exige soberania e dignidade” — expressões usadas para reforçar a narrativa de que os EUA e seus aliados estariam intervindo em assuntos internos venezuelanos.
Também foram anunciadas a constituição de “brigadas milicianas indígenas” que poderiam reforçar o regime em caso de escalada militar externa.
Machado: símbolo de resistência e desafio ao regime
María Corina, atualmente em situação de segurança precária e operando de modo clandestino, vive sob ameaça constante. Mesmo assim, ela dedicou o Nobel ao povo venezuelano e fez menção especial ao apoio de Trump como aliado de sua causa.
O prêmio também expressa uma crítica implícita ao autoritarismo global e reforça a relevância de quem resiste pacificamente, mesmo diante da repressão.
Análise: novo capítulo na política hemisférica
O Nobel concedido à opositora venezuelana reacende a polarização ideológica na América Latina. Trump, ao associar a vitória de Machado a sua própria política de “libertação do hemisfério do narcoterrorismo”, projeta uma nova doutrina de firmeza geopolítica no continente.
Enquanto isso, Maduro se isola ainda mais internacionalmente, e o reconhecimento global de María Corina como voz legítima da Venezuela livre reforça a percepção de que o chavismo caminha para um colapso inevitável.
“O hemisfério precisa ser libertado da influência do narcoterrorismo e do socialismo corrupto”, concluiu Trump. “A América voltará a ser um continente de nações livres.”