Trump Media processa Alexandre de Moraes nos EUA e acusa ministro de censura internacional

A Trump Media & Technology Group, empresa de mídia do ex-presidente dos Estados Unidos e atual pré-candidato republicano Donald Trump, entrou com uma ação judicial contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma corte americana. O processo foi protocolado nesta sexta-feira (6) na Justiça do Distrito Central da Flórida, por meio da plataforma Rumble, uma das principais empresas do grupo.

A empresa alega que Moraes violou a Primeira Emenda da Constituição dos EUA — que garante a liberdade de expressão — ao emitir ordens judiciais consideradas “secretas” e com alcance internacional, atingindo usuários e empresas com sede nos Estados Unidos.

Moraes acusado de censurar críticos de Lula

A ação, de 62 páginas, acusa Moraes de usar o inquérito das fake news do STF para perseguir opositores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre as medidas atribuídas ao ministro, estão:

  • Bloqueio de contas de redes sociais;
  • Remoção de conteúdos críticos ao STF e ao governo Lula;
  • Proibição de novos cadastros na Rumble;
  • Exigência de dados sigilosos de usuários;
  • Multas e ameaças de bloqueio total da plataforma no Brasil.

Segundo a Rumble, mais de 150 contas foram afetadas, incluindo as de jornalistas como Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino, da ex-juíza Ludmila Grilo e de parlamentares críticos ao governo.

O documento afirma que Moraes direcionou intencionalmente suas ações a empresas e servidores nos EUA, violando a jurisdição americana e tentando silenciar usuários protegidos pelas leis dos EUA. A ação também acusa o ministro de pressionar Apple e Google a removerem o aplicativo da Rumble de suas lojas.

Pedido de responsabilização e indenização

A Trump Media solicita à Justiça americana que:

  • Declare Moraes pessoalmente responsável pelas ações;
  • Reconheça a ilegalidade das ordens do ministro no território dos EUA;
  • Proíba futuras tentativas de censura contra plataformas americanas;
  • Indenize a empresa por danos financeiros e à reputação.

Impacto diplomático e precedentes legais

A ação marca um inédito embate judicial internacional entre um ministro do STF e uma empresa ligada a um ex-presidente americano, num momento de forte polarização política e crescente pressão contra decisões judiciais consideradas autoritárias no Brasil.

A Rumble, que já havia recusado ordens similares do STF em 2022, agora leva o caso à esfera internacional, reacendendo o debate sobre os limites da jurisdição dos tribunais nacionais e o direito à liberdade de expressão na era digital.

Especialistas afirmam que o desfecho do caso poderá estabelecer um precedente importante para empresas de tecnologia e democracias ao redor do mundo.

Fale com o Deputado

Nossa missão é garantir que você seja ouvido e que suas opiniões sejam levadas em consideração. Conte-nos sobre o que você pensa sobre os assuntos mais importantes para você e ajude-nos a fazer a diferença no estado do Rio de Janeiro.

*Seus dados estão protegidos de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).