A Aliança Democrática (AD), uma coligação de centro-direita composta pelo PSD (Partido Social Democrata), CDS-PP (Centro Democrático Social – Partido Popular) e PPM (Partido Popular Monárquico), lidera por uma margem estreita as eleições legislativas em Portugal, realizadas no domingo (10 de março de 2024). Com 99,01% das urnas apuradas até as 4h (horário de Brasília) desta segunda-feira (11 de março), a coligação conquistou 79 assentos na Assembleia da República. Enquanto isso, o principal concorrente, o Partido Socialista (PS) de orientação esquerdista, garantiu 77 cadeiras. Esses dados foram fornecidos pela Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) de Portugal. A contagem dos votos dos portugueses residentes no exterior ainda está pendente e espera-se que seja concluída na próxima semana, com esses emigrantes contribuindo com a eleição de 4 deputados.
Apesar disso, o líder da AD, Luís Montenegro, já declarou vitória, afirmando: “É inegável que a Aliança Democrática venceu as eleições e que o Partido Socialista sofreu uma derrota.” Por sua vez, Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, reconheceu a derrota e parabenizou o adversário. Montenegro fez seus comentários na madrugada de segunda-feira (11 de março) em Portugal, tarde da noite de domingo (10 de março) no Brasil. Ele expressou sua expectativa de que o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, convide a AD para formar governo, afirmando: “Dada a vitória eleitoral, espero que o senhor presidente da República me nomeie como primeiro-ministro. Com essa expectativa, meu compromisso é realizar a mudança, com um novo primeiro-ministro, um novo governo e novas políticas.”
Montenegro reiterou sua recusa em formar uma coalizão com o Chega, um partido de direita liderado por André Ventura. Apesar do Chega ter conquistado apenas 1 deputado em 2019, seu número aumentou para 12 em 2022 e, nas eleições de domingo (10 de março), o partido conseguiu 48 deputados. “Jamais trairia a mim mesmo, ao meu partido ou à democracia portuguesa ao não cumprir os compromissos que assumi de forma tão clara”, afirmou Montenegro. No entanto, a AD, mesmo se aliando à Iniciativa Liberal (IL), que conquistou 8 assentos, não alcançaria a maioria absoluta de 116 cadeiras. Sem uma aliança formal com o Chega, a AD governaria de forma minoritária, necessitando negociar a aprovação de projetos e orçamentos anuais com os outros partidos.
“Minha maior expectativa é que o PS e o Chega não formem uma aliança negativa para impedir o governo que os portugueses desejam”, declarou o líder da AD. Pedro Nuno Santos, líder do PS, afirmou que o partido estará na oposição e se concentrará em renovar suas fileiras, buscando recuperar o apoio dos portugueses insatisfeitos com o PS. Santos destacou que o PS, apesar de não ter vencido, teve uma votação significativa e continuará a defender suas principais questões. Ele rejeitou qualquer possibilidade de recriar a “geringonça”, a coalizão de esquerda que permitiu ao PS formar governo em 2015, e enfatizou que o PS não apoiará a manutenção da AD no poder.
O Chega emergiu como o grande vencedor das eleições de 2024, aumentando sua representação parlamentar de 12 para pelo menos 48 deputados. Seu líder, André Ventura, proclamou: “Esta noite pode marcar um momento histórico para Portugal, pois o bipartidarismo chegou ao fim.” O cientista político português José Adelino Maltez previra anteriormente que o crescimento do Chega seria uma novidade nestas eleições, destacando o papel de Ventura nesse sucesso. Ventura, ao falar com seus apoiadores após a confirmação dos resultados, mencionou a possibilidade de uma maioria entre o Chega e o PSD, criticando a recusa de Montenegro em cooperar com seu partido.
Em relação à participação eleitoral, dos mais de 9 milhões de eleitores aptos a votar no domingo (10 de março), 66,23% compareceram às urnas, resultando em uma abstenção de 33,8%, inferior à registrada em 2022, quando 48,54% dos eleitores se abstiveram.
Foto: Pedro Nunes/Reuters
Fontes: https://www.poder360.com.br/internacional/alianca-de-centro-direita-diz-ter-vencido-eleicao-em-portugal/ https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2024/03/6816478-partido-socialista-assume-derrota-e-portugal-da-guinada-a-direita.html https://www.terra.com.br/noticias/direita-vence-eleicao-por-pequena-margem-em-portugal-e-chega-avanca,01a45caad0108946c49b8503916c5302vxd9hiaw.html